domingo, 5 de outubro de 2014

Encontro com Marcelo Barros: Artigo semanal, quinta feira, 02 de outubro 2014

Encontro com Marcelo Barros: Artigo semanal, quinta feira, 02 de outubro 2014: O voto e o programa No próximo domingo, o povo brasileiro dará o seu voto a um/a dos candidatos/as à presidência da República e...

ELEIÇÕES 2014

 
Um jogo de cartas marcadas          
 
      Muito se tem dito sobre o processo eleitoral e a participação do eleitorado que, desinformado e sem consciência política, fica sempre a mercê dos “espertinhos” políticos demagogos.
     Não obstante, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) quer impingir agora uma responsabilidade ao eleitor como se fosse um problema simplesmente de escolha individual. Mas, acontece que, com isso, tenta-se encobrir todo um sistema realizado pela manipulação da sociedade capitalista através das votações periódicas. Dizem que este é o momento da mudança e que pelo voto pode-se mudar tudo, ou quase tudo, ao se optar por este ou aquele candidato, exercendo a “democracia direta” pelo voto secreto.
             Isso é uma verdade?
           Ora, tais afirmativas não passam de um discurso fútil e vazio, uma “brincadeira” de mau gosto, pois o que prevalece mesmo na prática é o “toma lá, da cá” descarado, os acordos sujos e os contratos interpessoais combinados, em desfavor da maioria da população. Ao votante cabe, então, a obrigação de referendar o pleito sem a mínima condição de alterar o que está por trás disto.
           Então, como resolver os impasses de uma ação que deveria nos levar a “mudanças” significativas, mas que em contrário não apresenta sequer alternativas possíveis quanto a isto? O que é determinante em todas as situações é o condicionamento das várias maneiras de se fazer um tipo de política, numa sociedade que estimula a ganância e a ambição acima de tudo, visando ganhos financeiros. Um jogo de “cartas marcadas” para dar continuidade ao sistema sem o questionamento dele, por reivindicações coletivas e manifestações de protestos.
        O discurso e as propostas de melhorar as relações sociais ou reformar o Capitalismo é uma quimera do ponto de vista histórico, visto que somente o trabalho de base, combinando informação e esclarecimento, poderia elevar a conscientização das massas e possibilitar a construção do poder popular local. Isto é, através do exercício prático e consistente de se organizar de forma autônoma eindependente em todos os níveis, possibilitando uma premissa real de conteúdo revolucionário, sem tutela ou aparelhamento, e permitindo assim que se expresse toda a força criativa das massas.
           Por conseguinte, torna-se necessário que se possa viabilizar outra esquerda que, além de se declarar socialista e revolucionária, assuma uma condição de luta essencialmente anticapitalista, na direção da transformação social. Sem o desgaste, inclusive de jovens militantes, ao se participar das eleições para divulgar um programa político imaginário.
 
Recife (PE), 30 de setembro de 2014.
 
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