domingo, 25 de dezembro de 2016

MENSAGEM DE NATAL 2016

 No ano em que a gente branca e xenófoba dos Estados Unidos elege TRUMP para comandar o Império...
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No ano em que  seu vassalo,  o homem do “golpe”, TEMER,
negocia com os picaretas do Congresso a PEC da Morte
e outras ameaças à Saúde, à Educação, à Seguridade Social,
em suma, à sobrevivência da Classe Trabalhadora
e dos empobrecidos deste país...

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Estudantes ocupam escolas e universidades,
uma juventude surpreendentemente madura e determinada,
a dar lições a quem as desaprendera,
a recordar a História a quem a esquecera,
a não permitir que o Ensino volte a emburrecê-los e encabrestá-los,
nem se fechem os espaços conquistados...
Trabalhadores e Trabalhadoras,
gente sem trabalho, sem terra e sem teto,
saem às ruas, clamam nas praças, gritam no deserto,
preparando caminhos,
abaixando montes de opressão,
aterrando vales de humilhação,
e fazendo valer o sonho da Terra Prometida, onde corre o leite da justiça e o mel da paz: no mínimo,

Resultado de imagem para imagens de trabalhadores nas ruas contra a pec da morteNENHUM DIREITO A MENOS!    










Apesar do Império
e de seus vassalos...
Apesar da indiferença dos belemitas de sempre...
Apesar das investidas dos Herodes de plantão...
A Criança vai nascer, o Reino vai chegar, Natal vai acontecer,
e uma Estrela, que ninguém vai poder apagar, anuncia um novo tempo para um Ano Novo!A imagem pode conter: desenho
E o Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC NE II lhes deseja tudo isso:
FELIZ NATAL/2016 FELIZ ANO NOVO/2017!

sexta-feira, 18 de novembro de 2016

Papa Francisco, um homem de muita coragem! João Pedro Stedile

Encontros entre o Papa Francisco e movimentos populares tiveram início em 2013 - Créditos: DivulgaçãoEstive recentemente no 3° Encontro Mundial de Movimentos Populares em Diálogo com o Papa Francisco, realizado no Vaticano de 2 a 5 de novembro. Participaram mais de 200 delegados de 60 países, representando movimentos inseridos nas lutas sociais de três áreas: trabalho, terra e teto. Do Brasil, estávamos em oito delegados escolhidos pelos movimentos populares dessas áreas.
O encontro se insere em um processo permanente de debate, que iniciamos em 2013, do qual resultou o  primeiro encontro no Vaticano, em outubro de 2014, depois um segundo mais massivo e latino-americano, quando reunimos mais de 5 mil militantes populares em Santa Cruz de la Sierra, Bolívia. E, agora, o terceiro encontro, de novo no Vaticano.
Esse processo de debates e diálogos entre o Papa Francisco e os movimentos populares partiu de uma vontade política do pontífice, de dialogar e dar protagonismo aos movimentos populares em todo mundo, como estímulo à organização dos trabalhadores e dos mais pobres, como esperança e necessidade para as mudanças necessárias no sistema capitalista.
Por isso, os delegados são escolhidos entre os dirigentes de movimentos populares, de todos os continentes, com a maior pluralidade possível, considerando etnias, religiões, idade, culturas e equidade de gênero. Ele pediu que se evitasse levar agentes de pastorais da Igreja Católica, pois eles teriam outros espaços. Mas sempre participam também desse processo de diálogo, representantes do Vaticano, em especial da Pontifícia Comissão de Justiça e Paz, e alguns bispos e cardeais, que tenham vínculos reais com os movimentos populares em suas regiões.
No primeiro encontro, a base do diálogo foi o debate sobre a realidade e a causa dos problemas que vivem os trabalhadores nas três esferas da luta social. Foi apresentado um amplo diagnóstico e reflexões sobre as saídas necessárias. Usando sempre o método ver-julgar-agir. O Papa Francisco construiu um documento, que, na essência, se resumiu na defesa de um programa de que não deveríamos ter mais: “Nenhum camponês sem terra; nenhum trabalhador sem direitos; e nenhuma família sem moradia digna!”.
Entre o primeiro e o segundo encontro, seguiu-se um diálogo em torno dos problemas ambientais, dos agrotóxicos, das sementes transgênicas, em que o Papa consultou muitos especialistas, teólogos, bispos e movimentos que atuam nessa área. E o resultado foi uma esplêndida encíclica: “Louvado seja!”, na qual o Papa sistematiza reflexões, analisa as causas dos problemas ambientais e propõe soluções. O texto é a mais profunda e rica contribuição teórica e programática sobre o tema produzida em todos os tempos. Uma contribuição que nem mesmo a tradição teórica de esquerda havia produzido.
Depois, no segundo encontro da  Bolívia, com presença marcante de afro-descendentes, povos indígenas e povos com conflitos em seus territórios, como o povo curdo, avançou-se para o direito ao território. O Papa  inseriu em suas reflexões o conceito de que todo o povo tem o direito a soberania popular sobre  o seu território. E avançou-se também na concepção de que os bens da natureza que existem nesses territórios devem ser aproveitados em beneficio de todo povo, ou seja, trata-se de um bem comum e não apenas um recurso a ser transformado em mercadoria e renda extraordinária, como querem as empresas capitalistas que exploram os bens da natureza, como os minérios, petróleo, água e biodiversidade.
Agora, no terceiro encontro, estava na pauta dos debates, novos temas  relacionados com os graves dilemas que a sociedade moderna está enfrentando em todo o mundo. O primeiro tema foi a questão do Estado e da democracia. Tivemos aqui a participação também do ex-presidente Pepe Mujica, do Uruguai, e de outros  dirigentes políticos progressistas que enviaram reflexões. Há uma crítica generalizada em todo mundo que a forma de funcionar do Estado burguês não representa mais as bases republicanas dos interesses da maioria. Porque a democracia representativa, formal, burguesa não consegue mais expressar apenas pelo voto, o direito e a vontade da maioria da população. O capital sequestrou a democracia pela forma de organizar as eleições.
E sobre esse tema, o Papa reagiu e foi contundente que assombrou a todos, quando definiu que, na realidade, existe um Estado mais que excludente, um estado terrorista, que usa do dinheiro e do medo, para manipular a vontade das maiorias. O dinheiro expressa a força do capital que sobrepassa as instituições democráticas e o medo, imposto à população pela manipulação midiática permanente.
Entre todos participantes, ficou a certeza de que precisamos aprofundar o debate em nossos países, para construir novas formas de participação política do povo que, de fato, garanta o direito do povo participar do poder político em todos os espaços da vida social. E ninguém tem uma receita, uma fórmula, depende da construção real na luta de classes de cada país. A realidade é que esses processos eleitorais atuais não são democráticos e nem permitem a realização da vontade do povo.
Um  outro  tema debatido, que representou avanços em relação aos encontros anteriores, foi o tema dos migrantes econômicos e dos refugiados políticos. A Europa vive uma verdadeira tragédia com os refugiados do Oriente médio e da África. Milhões, repito milhões, de pessoas estão migrando todos os dias, de todas as formas, de barco, caminhando quilômetros e quilômetros para  fugir da morte rumo à Europa e lá encontram mais  exclusão e xenofobia, sendo que eles apenas estão lá, porque as empresas européias são as principais fornecedoras de armas para a Arábia Saudita e governos repressores da região.
Nesse sentido, a reflexão dos movimentos seguiu na linha do direito a um território e da luta contra a xenofobia. Do direito à autodeterminação dos povos e contra as guerras. As guerras não resolvem nenhum conflito social e apenas criam mais problemas sociais, além de ceifar a vida de milhares de pessoas, em geral os mais pobres e trabalhadores. Todos os seres humanos são iguais, na sua natureza e nos seus direitos. Aqui, emergiu a ideia de que devemos incorporar em todos nossos programas a proposta da  igualdade. A igualdade de oportunidades, de direitos e deveres, é a única base de uma sociedade realmente democrática.
E, nesse tema, o Papa Francisco revelou toda a sua coragem, ao denunciar que, quando um banco vai a falência, logo surgem bilhões de euros para salvar seus acionistas. Porém, quando um povo esta em dificuldade e migra, nunca há recursos públicos para ajudá-los e encontra-se todo tipo de desculpas possíveis. O Papa denunciou o sistema capitalista como autor dessa tragédia humana, contemporânea que estamos vivendo, de exclusão, de superexploração dos migrantes e dos refugiados, não só na Europa, mas em diversas regiões do mundo, onde os países ditos ricos se protegem dos pobres e migrantes, praticando ainda mais exclusão. Nunca se ergueram tantos muros de exclusão, em tantos países, como agora.
Como  vêem, os debates foram muito interessantes.  E devem seguir, por muito tempo ainda, graças à abertura e à generosidade do Papa Francisco. Todos os documentos na íntegra e os discursos do Papa podem ser encontrados aqui.
De nossa parte, da delegação brasileira, levamos uma faixa com "Fora Temer", em plena praça da Basílica de São Pedro, denunciando o golpe por aqui e saímos convencidos de que, além de São Francisco de Assis, agora temos mais um Francisco revolucionário na Igreja.

quarta-feira, 9 de novembro de 2016

Nota de Apoio às Ocupações Estudantis


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 Finalizada as eleições municipais, o cenário político atual do país mostra um aprofundamento da crise de representatividade política. Nunca uma eleição no Brasil atingiu índices tão altos de votos inválidos (brancos, nulos e abstenções). Contudo, isto não se expressa no campo institucional, pois mesmo nos lugares em que a soma dos votos inválidos superaram os votos válidos alguém foi eleito para gerir as políticas públicas que pautarão nossas vidas.  Isto é, na atual estrutura político-eleitoral não há espaço para a repercussão das insatisfações do/a eleitor/a. No cenário político, isso revela a necessidade de uma reforma estrutural do sistema político. Porém, no cenário institucional vigente, infelizmente, isso abriu grandes brechas para que setores alinhados aos campos conservadores, reacionários e fundamentalistas ganhassem espaço na política – reflexo também de um pleito eleitoral completamente corrompido pelos interesses do poder econômico em prejuízo dos direitos sociais. Soma-se isto à configuração política nacional que caminha, a passos largos, em direção a um cenário socialmente trágico. O ajuste econômico, imposto pelo governo golpista de Temer, se estabelece como pena de morte sob os direitos sociais duramente conquistados. A população que há pouco tempo gritava por uma saúde e uma educação “Padrão Fifa” assiste à tramitação, em ritmo acelerado, da PEC 55 (na Câmara, PEC 241) que afetará drasticamente os investimentos em educação e saúde nos próximos 20 anos. Além da proposta da Reforma do Ensino Médio (MP 746) e Lei da Mordaça (Escola sem Partido) que provocarão grande prejuízo nos conteúdos e no pensamento crítico do ambiente escolar. E também os cortes de verbas das universidades federais que começaram no governo anterior e que agora foram acentuados, podendo chegar a 45% em 2017, forçando o corte de vagas nas universidades e ameaçando o desenvolvimento acadêmico e científico do país.  Sem falar na reforma Trabalhista, na Terceirização e na reforma da Previdência Social que acabarão com a seguridade da classe trabalhadora.    Diante disso tudo, percebemos que a histórica desigualdade de classes no Brasil fica ainda mais escancarada perante a “Conta da Crise” depositada sob responsabilidade da população mais pobre do país, enquanto os privilégios dos ricos são mantidos.  Contudo, sabe-se que a riqueza de qualquer nação é construída pelas mãos da classe trabalhadora; então, cabe a pergunta a você trabalhador/a: qual é o sentido de produzir tal riqueza se não pode desfrutar dela?    Portanto, precisamos dar um novo significado à história, para que a classe trabalhadora não saia só perdendo direitos, mas, pelo contrário, mantendo as conquistas históricas e garantindo o avanço para novas conquistas. Assim, precisamos voltar toda nossa atenção e todas as nossas forças para a principal forma de intervenção política que a Classe Trabalhadora pode realizar: ações como greves de setores produtivos estratégicos, greves gerais e ocupações. Por isso, o Movimento de Trabalhadores Cristãos – MTC-PE apoia as ocupações estudantis secundaristas e universitárias que acontecem em todo o país e a elas se une.  Entendemos que o movimento estudantil é parte significativa da classe trabalhadora, por se tratar de filhas e filhos de trabalhadores e trabalhadoras que, por sua vez, estão em formação para o mercado de trabalho.  Sigamos todos e todas nós da classe trabalhadora o exemplo de força, luta e resistência da juventude estudantil que está lutando para garantir um Estado democrático e os direitos constitucionais. E vamos à luta.  

               Coordenação do MTC Nordeste II

sábado, 5 de novembro de 2016

O MST não é organização criminosa


"Muito pelo contrário, é um movimento que luta pela democratização do acesso a terra, o que deve ser considerado elogiável e salutar para a ordem democrática e constitucional do nosso país"

Por Cezar Britto* e Paulo Freire**
Da Página do MST

 
São Paulo, 04 de novembro de 2016

Em tempo de criminalização dos movimentos sociais ou daqueles que contestam o sistema patrimonialista brasileiro, muito se discute sobre a legalidade do MST e de outras organizações que lutam para fazer real a promessa constitucional de Reforma Agrária. Este debate ganhou maior volume após a recente decisão do STJ, notadamente em razão do julgamento do HC nº 371.135, por sua Sexta Turma, em 18 de outubro de 2016. É que apressadas interpretações, centradas em vícios ideológicos e preconceituosos, cuidaram de divulgar versões destoantes dos fatos e das manifestações postas em julgamento.

O MST não estava sob julgamento, tampouco se mencionou que ele simbolizava uma organização criminosa ou mesmo geradora de atividade ilícita. Ao contrário, todos os ministros do STJ presentes naquela histórica sessão ressaltaram que lutar, organizadamente ou não, pela Reforma Agrária, não é crime. E não poderia ser diferente, pois o Brasil abraçou em sua linha fundante e fundamental o Estado Democrático de Direito.

O que se discutia no apontado HC era a manutenção ou não dos decretos de prisões preventivas, expedidos pelo juízo de Santa Helena-GO e confirmados pelo Tribunal de Justiça de Goiás em desfavor de quatro militantes do MST. Julgava-se, em outras palavras, se os apontados pacientes, em liberdade, trariam risco à ordem pública, à instrução processual ou à aplicação da lei penal (art. 312 do CPP). Não se estava em jogo, ali, a condenação ou não destas pessoas no tipo penal de organização criminosa (Lei 12.850/13).

Embora ainda caiba recurso da decisão, registre-se que a Sexta Turma entendeu que deveria decretar a liberdade de um deles e manter o decreto de prisão preventiva para os outros três, por entenderem estarem presentes os requisitos autorizadores da prisão preventiva. Durante o julgamento, repete-se, também por unanimidade, todos afirmaram, apesar de ponderarem que isso não era objeto do litígio judicial, que o MST não é organização criminosa e, logo, ser integrante deste movimento não significa ser membro do crime organizado. Muito pelo contrário, é um movimento que luta pela democratização do acesso a terra, o que deve ser considerado elogiável e salutar para a ordem democrática e constitucional do nosso país.

Trata-se de uma vitória parcial, pois ainda restam três decretos de prisão em vigor, mas ainda sim uma grande vitória, pois foi reconhecido judicialmente que a liberdade de um militante da reforma agrária não acarretará em prejuízo à ordem pública, à instrução criminal ou mesmo para aplicação da lei penal.

Dito de outra maneira, todos os cidadãos brasileiros têm o direito de organização e de reunião, inclusive para lutar pela Reforma Agrária ou para que todas as propriedades do país cumpram sua função social, considerada um dos princípios gerais da atividade econômica brasileira. De modo que, não resta dúvida, que a organização de trabalhadores e trabalhadoras sem terra para lutarem por Reforma Agrária encontra amparo no texto constitucional. Reúnem-se e organizam-se na busca de efetivação de direitos constitucionais, e não para cometerem crimes, como querem afirmar alguns setores do agronegócio e dos meios de comunicação.

Há, no Brasil, 130 mil grandes propriedades rurais, que concentram 47,23% de toda área cadastrada no INCRA. Já os 3,75 milhões de pequenas propriedades equivalem, somados, a 10,2% da área total registrada. Junte-se a isso, segundo dados do Atlas da Terra Brasil (CNPq/USP) de 2015, a existência de 175,9 milhões de hectares improdutivos no Brasil, e teremos uma das situações agrárias mais destoantes e extravagantes do mundo. Uma realidade fundiária extremamente concentrada e onde predomina os grandes imóveis rurais improdutivos e, portanto, que não cumprem sua função social.

Uma leitura sistemática e que leve em conta a totalidade do espírito constitucional celebrado em 1988, já seria o suficiente para caracterizar o MST e outros que lutam para implantar a Reforma Agrária como fundamentais para a concretização do Estado Democrático de Direito no Brasil.

Exige-se, cada vez mais, dos trabalhadores e das trabalhadoras rurais sem terra que exerçam seus direitos e garantias coletivas de se organizarem e se reunirem para alterar essa estrutura extremamente desigual do campo brasileiro e também que lhes permitam concretizar um projeto agrário que garanta a toda população brasileira uma alimentação saudável e um meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida desta e das futuras gerações (art. 225 da CRFB/88).

*Cezar Britto é advogado, e Ex-Presidente do Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (2007/2009), gestão marcada pelo reestabelecimento da memória e verdade sobre a ditadura civil-militar no Brasil.

**Paulo Freire é advogado e defende os movimentos populares no Brasil.   



 Nós do MTC apoiamos estes e outros movimentos que lutam por justiça e por um outro mundo possível,dentro dos princípios legais e constitucionais e dos princípios contidos na mensagem de Jesus Cristo.

sexta-feira, 4 de novembro de 2016

III ° ENCONTRO MUNDIAL DOS MOVIMENTOS POPULARES - 2-5 novembro 2016

Com a participação de 170 delegadas e delegados de 65 países, movimentos populares em que se organizam trabalhadoras e os trabalhadores da economia popular, do campo e diversos setores que representam os excluídos da sociedade; convidado pelo Papa Francisco, começa a partir desta quarta-feira, 2 novembro ate Sábado, 5, o III Encontro Mundial dos Movimentos Populares no Vaticano.
Nos quatro dias do Encontro, serão debatidos os diferentes eixos que historicamente vem marcando o evento e representam preocupações latentes tanto para os movimentos populares como para o Papa Francisco: Terra, Teto e Trabalho
Neste Encontro se abrirão novas discussões, ampliando as perspectivas de análise e trabalho sobre Povos e Democracia, Território e Natureza e Refugiados e Desalojados do mundo, com o objetivo de ter novas ferramentas, reforçadas pela visão própria dos protagonistas destes problemas.
Segundo Juan Grabois, da Comissão Organizadora EMMP, “há um grande número de organizações que estão integradas e organizadas pelos excluídos e que não estão resignados a miséria imposta a eles e resistem com solidariedade ao paradigma tecnocrático atual. O diálogo entre nós e a igreja tem o objetivo de acompanhar, incentivar e visibilizar esses processos que surgem das bases populares. “
Em função dos eixos que estruturam o Encontro diz: “3-T continuam a ser o coração dos nossos Encontros; direitos estão sendo violados por um sistema injusto que deixa milhões de camponeses sem terra, famílias desabrigadas e trabalhadores sem direitos. Por isso os principais protagonistas de nossos Encontros são os três principais setores sociais mencionados, marginalizados do campo e da cidade. “
O Painel de Abertura acontecera o dia 2 de Novembro as 14:00hs pelo Comité de Organização; Card. Peter Turkson, Consejo Pontificio de Justicia y Paz – Vaticano; João Pedro Stédile, Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) – La Vía Campesina – Brasil; Juan Grabois, Movimiento de Trabajadores Excluidos (MTE) – Confederación de Trabajadores de la Economía Popular (CTEP) – Argentina; Jockin Arputham, National Slum Dwellers Federation of India – Slum Dwellers International (SDI) – India; Xaro Castelló, Hermandad Obrera de Acción Católico (HOAC) – Movimiento Mundial de Trabajadores Cristianos (MMTC) – España. O intercâmbio das delegações participantes será concluído no dia 5 de novembro quando, em diálogo com o Papa Francisco, se apresentará o documento final com as propostas do Encontro.

 publicado por:REVISTA IHU

terça-feira, 1 de novembro de 2016

NOS CAMINHOS DA UNIDADE

  Na última segunda-feira, o mundo inteiro se admirou em ver o papa Francisco viajar a Lund, na Suécia, para participar da abertura das comemorações do quinto centenário da Reforma Protestante.    De fato, há 500 anos, segundo a tradição, naquele 31 de outubro de 1517, o monge agostiniano Martinho Lutero fixou suas 95 teses na porta da Igreja do Castelo de Wintenberg. Assim ele iniciou a Reforma Protestante que se desdobrou em diversos movimentos e frações que foram a origem das Igrejas evangélicas. Com essa visita à Federação Luterana Mundial, o papa Francisco manifesta todo o seu apoio e a comunhão da Igreja Católica com a Igreja Luterana e as outras Igrejas nesse caminho de reforma permanente.



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Resultado de imagem para imagens de Lutero pregando as treze tesesQuem vê Lutero como o provocador da divisão do Cristianismo Ocidental em inúmeras Igrejas considera a Reforma um acontecimento negativo. O Ecumenismo sempre nos ensinou que a vontade de Deus é a unidade e qualquer divisão é oposta à oração de Jesus pela unidade dos seus discípulos. No entanto, se olharmos criticamente a História, sabemos que, desde suas origens, o movimento cristão sempre se destacou pela diversidade de teologias, organização e expressões culturais. O Cristianismo primitivo era constituído por Igrejas locais confederadas, mas autônomas em sua forma de expressar a fé e de se organizar. Nos tempos medievais, o papa se constitui como autoridade máxima e chefe de toda a Igreja. E a luta pelo poder na Igreja tem sempre provocado divisões. Desde o século IV e V, diversas divisões opunham Igrejas do Oriente e a Igreja Latina. No século XI, os patriarcas das Igrejas de Constantinopla e de Roma se excomungaram reciprocamente. A partir daí, as Igrejas do Oriente e do Ocidente nunca mais se uniram.  Durante a Idade Média, no Ocidente, os papas conseguiram manter a Igreja Católica como uma só, mas ao preço de muitas repressões, violências, condenações de hereges e até guerras e massacres. 
No século XVI, o movimento da Reforma, iniciado por Lutero e continuado por Calvino, Zwinglio, Melancton e outros, possibilitou formas diversas de comunidades cristãs, (congregacionais, episcopais, presbiterianas, etc), todas firmadas em "uma só fé, um só batismo, um só Deus e Pai de todos que age em todos e através de todos" (Ef 4, 1- 4).
Cinco séculos depois, a Igreja Católica e as Igrejas da Reforma vivem um diálogo teológico e institucional que praticamente deixou no passado os motivos doutrinais das divisões. Representantes oficiais de Igrejas Luteranas, Calvinistas, Anglicanas e outras assinaram entre si e também com a Igreja Católica diversas declarações e acordos. Esses documentos mostram que há uma unidade fundamental no modo de compreender e interpretar a fé, a missão da Igreja, o batismo, a eucaristia e os ministérios. Os próprios princípios que fizeram Lutero se insurgir contra o papa, como a justificação pela fé, já foram aceitos pelo magistério de Roma. Entretanto, apesar de todas essas aproximações, as Igrejas continuam não apenas diferentes e autônomas, o que seria positivo, mas divididas. O Conselho Mundial de Igrejas que reúne 349 Igrejas cristãs propõe a meta de uma "diversidade reconciliada". Em várias de suas alocuções, o papa Francisco parece ter assumido esse princípio como possível caminho de unidade. Para isso, de um lado e do outro, é preciso superar pecados ligados à compreensão quase divinizada do poder, a arrogância cultural, a dificuldade de aceitar o diferente e principalmente o princípio medieval que foi retomado por Lutero e também diversas vezes lembrado pelo papa Francisco: "A Igreja deve se reformar permanentemente". 
Para essa renovação contínua, os critérios apontados pelo papa João XXIII são a volta ao Evangelho de Jesus e a busca sincera e profunda de atualização para "ouvir o que o Espírito diz, hoje, às Igrejas" (Ap. 2). Para cada cristão e para cada comunidade de Igreja, retomar a referência ao evangelho é assumir o compromisso permanente de uma conversão pessoal e comunitária que é progressiva e sempre mais exigente. Assim, nos abrimos ao amor divino que nos torna capazes de dialogar com a humanidade atual e nos dispor a sempre nos atualizar. 

Nesse novo tempo de diálogo e de aproximação, as Igrejas aprendem umas com as outras e se influenciam mutuamente. As comemorações desse quinto centenário da Reforma vão estimular mais ainda as Igrejas evangélicas e a Igreja Católica a darem graças a Deus pelo caminho percorrido em comum e se unirem em um trabalho de reforma permanente. Cada vez mais, nossas Igrejas se unirão a outras religiões como o Budismo, o Islã e todos os caminhos religiosos para colaborar com a sociedade internacional na construção da justiça, paz e o cuidado com a Terra, nossa casa comum.  
Publié par Marcelo Barros 


domingo, 30 de outubro de 2016

PARA UMA ONU DOS POVOS


Nessa segunda-feira, 24 de outubro a ONU completou 71 anos, desde que a Carta de sua fundação foi aprovada em 1945. Desde então, a utopia da unidade entre todos os povos sofreu muitos desgastes. A ONU continua controlada pelas grandes potências. É urgente uma profunda reforma nos estatutos da ONU e dos organismos internacionais. Precisamos avançar para a união de uma sociedade planetária que respeite a autonomia de cada país, mas garanta que todos os seres humanos possam sentir a Terra como sua casa comum.
Desde que a ONU foi fundada, os governos-membros foram aprovando vários estatutos e convenções que complementam a Carta da ONU, a Declaração de Direitos Humanos e as convenções internacionais. No entanto, todos os dias, as grandes potências mostram que fazem o que querem. Todos os dias, as convenções internacionais são desrespeitadas e as leis burladas. Isso é praticado principalmente pelas grandes potências das quais a ONU depende. Os impérios continuam a dominar e explorar sem que haja um organismo internacional que tenha força de impedir a invasão de outros países e o massacre de populações inteiras, na Ásia e na África, apenas para garantir aos Estados Unidos a exploração de reservas petrolíferas ou outras riquezas do subsolo. Apesar de todas as convenções assinadas sobre o direito dos migrantes e refugiados, diariamente, milhares de famílias são confinadas em novos campos de concentração construídos pelos países europeus ou devolvidos ao mar para morrerem.  
Nas últimas décadas, os países do Sul tentaram se organizar entre si para fazer valer os seus direitos. Na África, a Organização dos Estados Africanos tentou se tornar um espaço de autonomia para os países africanos. Depois que os Estados Unidos mataram Kadafi e dominaram a Líbia, tudo voltou atrás. Na América Latina, Hugo Chávez, Evo Morales e outros fundaram a Comunidade de Estados Latino-americanos e Caribenhos (CELAC), a União das Nações Sul-americanas (UNASUL). Os diversos golpes militares ou parlamentares, patrocinados pelo governo norte-americano na região, fazem de tudo para esvaziar esse projeto. Entre 2014 e 2015, mais de seis bilhões de dólares foram dados à Sociedade Interamericana de Imprensa que reúne 88 grandes meios de comunicação na América Latina para diariamente mostrar que a Bolívia vai mal, o governo da Venezuela não presta e o Equador é um caos. As televisões distorcem as notícias, a maioria acredita e as intervenções do império se tornam possíveis. 
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) divulgou um estudo que mostra: o topo da pirâmide social brasileira é composto por cerca de 71 mil super-ricos. Eles representam 0, 05 da população adulta do Brasil, o que representa um escândalo de desigualdade social de dimensões planetárias". Nessas eleições municipais, vários desses milionários foram eleitos. No atual governo federal, vários deles são direta ou indiretamente responsáveis pela situação política e pela crise que vivemos. Enquanto isso, a imensa população brasileira vota nos seus opressores. Nessas eleições municipais, a população mais pobre votou como uma barata tonta que escolhesse se proteger embaixo do chinelo que vai esmagá-la. Nossos telejornais conseguem milagres. Mulheres pobres pregam contra a igualdade entre o homem e a mulher. Negros de periferia falam contra as cotas raciais. Até o povo pobre da Colômbia, esmagado por uma guerra de mais de 50 anos e que produziu quase oito milhões de mortos, vota contra a Paz. 
Nesse contexto, movimentos sociais, organizações de base e povos tradicionais se articulam e se unem por uma pauta comum. A partir das bases, ressurge o projeto de uma organização internacional que não seja apenas de governos e sim representativo da sociedade civil. Seu objetivo é dar voz e vez às pessoas comuns e fazer ressoar aos governos que há uma insatisfação geral com o sistema social e político atual. Como afirma o Fórum Social Mundial: "Uma outra forma de organizar o mundo é necessária. Juntos podemos torná-la possível". 
Todas as religiões têm como missão tornar a humanidade melhor e o mundo mais amoroso. Se olhamos a realidade internacional e o Brasil, podemos pensar que as religiões fracassaram. O que mais se vê hoje é uma onda de ódio, intolerância e incapacidade de conviver com o diferente. Infelizmente, os próprios religiosos das mais diversas tradições nem sempre têm dado um exemplo diferente das pessoas sem religião. No entanto, de um modo ou de outro, todos os caminhos espirituais propõem conversão e transformação interior. Através do diálogo e da colaboração, elas podem ajudar a humanidade a construir uma sociedade planetária unida. Ao fazer isso, darão um testemunho que irá além de todas as suas pregações e ensinamentos. Revelarão que "Deus é amor e só quem vive o amor vive em Deus e Deus vive com essa pessoa" (Cf. 1 Jo 4, 16).  

Publié par Marcelo Barros 

sexta-feira, 21 de outubro de 2016

A Ceia do Senhor e o jantar do “Presidente”, a votação da PEC 241 e o “ex opere operato”
Eu, também, não tenho provas, mas tenho plena convicção em minha certeza de que boa parte daqueles e daquelas que atenderam ao convite do “Presidente” para jantar com ele nesta noite de domingo, 09 de outubro de 2016, primeiro,  religiosamente, na noite do sábado ou neste mesmo domingo pela manhã, tenha participado da Missa, como, entre católicos e católicas, costumamos apelidar a celebração da Ceia do Senhor.
A teologia escolástica tradicional nos ensinou que, feitos os gestos e pronunciadas as palavras, “ex opere operato”, isto é, pelo fato mesmo do que foi feito, o que aconteceu na véspera da morte de Jesus se repete, aqui e agora, para e com as pessoas que desse ritual participam. Imagino, inclusive, que “nobres” deputados e “deputadas”, talvez até ministros, tenham comungado.
E os que, supostamente, comungaram com Jesus em sua entrega, sua doação de vida pela humanidade, vieram, na noite deste domingo, sentar-se à mesa com o “Presidente”, não só para comer com ele uma lauta refeição, mas para comungar com ele na sua proposta mais questionável, qual foi a PEC 241, a ser votada no dia seguinte, esta segunda-feira, 10 de outubro de 2016.
Pensando apenas, então, nas deputadas e deputados católicos, da base aliada do governo, quem terá levado a melhor, Jesus Cristo ou Michel Temer? ...
E eu poderia referir-me aos que votaram a favor da criminosa PEC 241 com as palavras com que o Papa Francisco, certa feita, se referiu aos homossexuais discriminados e condenados pela sociedade preconceituosa que somos: “Quem sou eu para julgá-los” ...
Mas eu prefiro lembrar o que Jesus disse no Sermão da Montanha: “Cuidado com os falsos profetas: eles vêm a vocês vestidos com peles de ovelha, mas por dentro são lobos ferozes. Vocês os conhecerão pelos frutos deles: por acaso se colhem uvas de espinheiros ou figos de urtigas. Assim, toda árvore boa produz bons frutos, e toda árvore má produz maus frutos. Uma árvore boa não pode dar frutos maus, e uma árvore má não pode dar bons frutos. Pelos frutos deles é que vocês os conhecerão” (Mt 7,15-20).
Talvez, hoje em dia, se precisasse chegar a uma nova percepção, a uma mais clara e correta consciência da natureza e da importância dos Sacramentos. Está provado por este fato, escandaloso e recente, e por tudo o que se observa no desempenho dos cristãos e cristãs deste país, mormente de nós católicos e católicas que há mais de 500 anos nos confundimos com a história mesma desta nação, que não basta nos contentarmos com essa visão e esta prática sacramental, que tem mais de magia e enganação, que de “adoração em espírito e em verdade” (cf. Jo 4,21-24).
Para efeito de validade, de ser “honesto com Deus”, pode-se separar o “opus operatum”, isto é, o rito, do “opus operantis”, isto é, do desempenho e da prática de vida daqueles e daquelas que operam o rito? ... Não estaremos correndo o risco de, mais uma vez, darmos razão a Marx, quando, ao avaliar a vida, o desempenho, a prática dos religiosos do seu tempo, com toda a razão disse que “religião é ópio do povo”, droga que aquieta, igualmente, a consciência dos oprimidos em sua miséria, e a dos opressores em seus crimes hediondos? ...
Se a celebração da Missa não é feita por uma Comunidade de Discípulos/as e Missionários/as, que, por isso mesmo, se esforçam por viver um radical compromisso com a Vida do seu povo, exercendo exemplarmente a sua cidadania e participando destemida e generosamente das lutas sociais, por um mundo de justiça e de paz, onde todos e todas possam viver com dignidade e ser felizes “assim na terra como no céu”, se não for assim, repito, estará esta Missa “santificando” o nome do Pai e manifestando a “salvação”, ou estará sendo uma tremenda blasfêmia para com Deus e um mortal narcótico para a nossa gente?...

Reginaldo Veloso, presbítero das CEBs – Assistente Regional do MTC-NE 2.


terça-feira, 6 de setembro de 2016

TRABALHADORES VAMOS TODOS LUTAR POR NOSSOS DIREITOS, EXPULSAR O ALIADO DO NOSSO INIMIGO.
AMANHÃ, CONCENTRAÇÃO NA PRAÇA DO DERBY.
ÀS 9:00H.
FORA TEMER.